Carregando...
Os maricultores de Santa Catarina podem contar com uma opção extra de renda e trabalho. Além das ostras e mexilhões, poderão cultivar a macroalga, que está em ascedência no mercado brasileiro. A gelatina de carragenana, derivada da macroalga, é importante para indústrias farmacêutica, alimentícia e cosmética. Ela está presente em diversos produtos como cremes, batons, sorvetes, tintas, enlatados, embutidos.
O mercado mundial de macroalgas movimenta, anualmente, cerca de R$ 1 bilhão. Só o Brasil importa R$ 13 milhões da gelatina, mas pode mudar este quadro de importações. Como os países asiáticos, principais produtores de macroalga, estão sendo muito afetados com problemas naturais, como tsunamis, o cultivo do vegetal marinho na Ásia está passando por dificuldades, o que abre caminho para o Brasil se destacar no setor, como explica o pesquisador Alex Alves dos Santos, da Epagri.
— A macroalga já é cultivada em São Paulo e no Rio de Janeiro e nós estamos trazendo o cultivo para observar o crescimento dela aqui em Santa Catarina. O nosso receio era que ele não respondesse bem no crescimento porque as nossas águas são mais frias do que o litoral paulista e fluminense, mas tivemos bastante sorte e ela se adaptou muito bem ao sul do país. O mundo está com a atenção voltada para o Brasil, na produção desta alga, por causa dos problemas que estão acontecendo na Ásia. É um mercado importante que abre mais um caminho para os maricultores brasileiros — comemora Santos.
Como o projeto das macroagas no sul tem relativamente pouco tempo (dois anos), os resultados em relação a ganhos financeiros ainda não podem ser conclusivos, mas o que está acontecendo até agora é que a rentabilidade das fazendas marinhas têm aumentado em 20% com o cultivo da alga. A recomendação é que ela seja cultivada juntamente com os moluscos, pois a alga melhora a qualidade da água para eles.
— Os vegetais marinhos são fáceis de serem cultivados. Imaginamos que eles sejam cultivados em consórcio com os moluscos, porque no momento em que as algas marinhas conseguem melhorar a qualidade da água porque extraem o excesso de nitrogênio e fósforo e usam estes nutrientes para aumentar sua biomassa — explica.
Outro benefício da atuação das macroalgas em conjunto com as ostras e mexilhões é o combate à maré vermelha. Como a macroalga compete por alimento com as microalgas (causadoras das marés vermelhas), o fenômeno, que causa prejuízo aos maricultores, será menos frequente em decorrência desta competição por nutrientes.
Com ótimos resultados obtidos, o próximo passo do projeto é estendê-lo para outros nove municípios do litoral de Santa Catarina, de São francisco do Sul até Palhoça. Segundo o pesquisador Alex Alves dos Santos, só falta a liberação do Ibama e do Ministério da Pesca e Agricultura.
|